Bbzs' Blog

Pra contar do parto preciso contar um pouco da gravidez! (se não quiserem ler pulem pro título abaixo)

Dessa vez eu sabia exatamente o dia da concepção, então não esperava ter engravidado, ainda mais depois de tanto tempo tentando e após um aborto espontâneo, sem saber ao menos que estava grávida. Novamente os planos de Deus se sobrepõem aos nossos!

Eu estava me sentindo diferente, mas não achava que estava grávida. Mas a Laura insistia em falar que tinha um bbzinho na minha barriga… Um dia eu estava tomando banho com ela, e ela encostou o ouvido na minha barriga e começou a rir! EU perguntei o que era, e ela disse: “nada não! to conversando com a minha irmãzinha!”. Eu fiquei intrigada… irmãzinha! As crianças sentem essas coisas… compramos um teste de farmácia, mas ainda não tinha atrasado a menstruação, e o teste deu negativo… 😦

Uns dias depois estávamos na igreja e o pastor saiu do altar e veio orar por nós no meio da igreja. No final ele pegou a mão do Gustavo, colocou na minha barriga e disse: “Deus está te concedendo o desejo do seu coração!” Nós não tínhamos falado da desconfiança, mesmo pq o teste tinha dado negativo! No dia seguinte fizemos um novo teste: POSITIVO!

Naquele momento eu soube que seria uma menina! Era o desejo do coração do Gustavo, Deus estava nos abençoando! Embora quisesse fazer surpresa e só confirmar na hora do parto nós, e apenas nós sabíamos que era mais uma menina!

A gestação foi saudável, mas eu enjoei muito! Não havia o que fizesse o enjoo passar! Talvez por isso tenha ganhado apenas 9 kg dessa vez (contra os 16 da gravidez anterior), mas fiquei mto fraca e não consegui fazer atividades físicas, mas no geral foi td tranquilo, mas o Gustavo viajou quando eu estava com 35 semanas, e eu tive que fazer repouso, pq sozinha com a Laura furacão, comecei a ter contrações mais fortes e frequentes que o esperado, a parteira pediu repouso! 2 semanas e voltei pro batente, afinal, não era mais prematuro, podia nascer em casa!

Com 40 semanas entrei de licença maternidade, e terminei os preparativos…

Aliás, enxoval de segunda viagem é bem mais enxuto! Dessa vez meu maior investimento foi nas fraldas de pano! Só comprei algumas roupinhas neutras, fraldas de pano, emprestei uma banheira (banh’air) pro parto, e nada mais! Ganhei um sling usado da minha prima Lidiane (SampaSling) e depois comprei um mei-tai da Keli do BazarBizarro (que estamos adorando!).

O PARTO

Eu achava que não chegaria às 40 semanas. De fato até a parteira achava isso, e achava que seria rápido. Bom, nos enganamos!

Chegando às 41 semanas, o Gustavo já tinha voltado da viagem, ele estava trabalhando, era uma terça-feira e fui buscar a Laura na escola, estava esperando ela e senti uma cólica diferente das braxton-hicks que já sentia desde 30 semanas… era uma pontada, não era uma cólica, nem uma contração…

Tratei de dar jantar pra Laura, lavei a louça, arrumei algumas coisas e liguei pra Vilma, era umas 19h30. Ela falou pra observar e ligar se mudasse alguma coisa.

Por precaução liguei pro Gustavo e pedi pra ele voltar pra casa e pra Carla Raiter (fotógrafa) e já avisei que poderia ser essa noite.

Essas pontadas continuaram, mas não estavam ritmadas; marido em casa, aproveitei pra tomar um banho e tentar dormir.

Às 01h30 acordei (mais ou menos, pq não tinha conseguido dormir profundamente) sentindo contrações “de verdade”. Liguei pra Vilma e pedi pra ela vir, embora ainda estivesse no controle da situação, rs.

Liguei tb pra Carla e avisei que estava começando!!!! 😀

Por volta de 02h30 a Vilma chegou, fez um toque e tchantchantchantchan: 5 cm!!! Logo depois a Carla chegou! O porteiro perguntou se estava tudo bem, e se ia chegar mais gente, hahaha!

Acho que até umas 03h30 foi bem tranquilo, fui pra piscina e a bolsa rompeu durante um toque… aí o bicho pegou!

8 cm, mas colo posterior e a dor estava ficando insuportável.

Ela fez umas massagens, e uma hora depois… 8cm e colo posterior ainda!

Bora trabalhar, saí da água e a Vilma começou a fazer massagens nas costas, umas posturas mesmo deitada, com um tipo de bambu grande sob a lombar; e vira pra cá e pra lá, faz força na contração, puxa a perna… Gente, como isso doía! Era fazer força, puxar a perna pro queixo fazendo posição fetal enquanto a Vilma acertava ela por fora da barriga e centralizava o colo por dentro!

* a dilatação estacionou porque o colo estava posterior (virado pra trás, e não centralizado com o canal vaginal), e pela marca na cabeça dela, uma mãozinha devia estar na testa, ou a cabeça defletida… essa parte eu não entendi direito, partolândia, sabe como é, rs!)

Mas funcionou! A Vilma falou pra eu deitar com o Gustavo de conchinha pra ele me aquecer e tentar relaxar um pouco, mas a cada contração eu gritava “Vilmaaaaaaaaaaaaa, volta, me dá sua mão!”  e ela teve que ficar com a gente…

Então a Laura acordou!!! Ela estava dormindo, mas meus gritos foram aumentando! Tão bonitinha “A mamãe tá rindo ou chorando? Pq a mamãe tá gritando? … Minha irmã vai nasceeeeeeeer?!?!?!”

Liguei pra minha mãe orar por mim, pois eu estava com medo. Muito característico do finalzinho do parto, rs! Medo, aquela sensação de que não ia suportar, um medo de morrer… mas pro bebê nascer a gente morre um pouquinho mesmo, a gente precisa morrer pra uma nova mulher nascer…

Então quis levantar, o Gu também foi dar um lanche pra Laurinha, por um filme, já que era quase 5 da manhã e ela não queria mais dormir!

Até a Carla veio me ajudar, pq eu estava assim: “não vai dar, quero anestesia, quero ir pro hospital tomar anestesiaaaaaaaaaaa!”

E a Vilma dizia que se a gente saísse ia nascer no elevador, no máximo no carro. É, era melhor mesmo ficar em casa.

Então eu fui ao banheiro, e de novo não saía nada (novidade, né?); levantei e não achava posição, mas eu sentia que ela ia nascer, a dor estava aumentando e a sensação de “fazer cocô” estava muito forte; eram os PUXOS! Nessa hora eu me pendurei no Gustavo, mordi ele, apertei e senti que ia nascer. Fiquei de joelhos, mas não queria parir abraçada no vaso sanitário (a Laura veio até a porta do banheiro, mas voltou pro quarto)! Então a Vilma falou pra eu ir pra água, mas eu achava que estava fria… coloquei a mão e estava quentinha ainda!!!! 😀 Uhullllllll!

Eu pulei pra água e ainda de joelhos comecei a fazer a maior força do mundo! E os gritos? Não sei como ninguém ficou surdo! Não sei como os vizinhos não reclamaram!

Então senti o círculo de fogo e a cabeça dela saindo! Já não doía mais!

Mas aí eu fazia força e … nada! Não saía! E eu: “Vilmaaaaaa, não saaaaaaaaaaiiiiii!”

E ela disse: “vira de frente pra mim, muda de posição que sai!”

Eu virei, e ela “olha só, a cabeça já nasceu, falta pouco!”

Meu Deus! Eu estava ali, parindo minha bebezinha, e estava segurando a cabecinha dela! Eu estava conseguindo! Quanta alegria!! Mas ela não saía… eu pedi ajuda, a Vilma mal colocou a mão e o corpinho dela deslizou pra fora de mim… o cordão (pra variar) enroladinho no pescoço, e a minha amada Vilma tirou. E disse: “deixa ela na água”…

É claro, eu estava tão curiosa pra ver o rostinho delx que esqueci que aqui estava tão frio, era melhor ficar dentro da água enquanto ela ainda não precisava respirar!

Então eu virei ela e, meu Deus: “ela é linda demais! ela é linda, linda” e cadê a Laura? chama logo ela pra ver a irmã! Ela veio meio incrédula, mas como se fosse a coisa mais normal do mundo e um sorriso lindo: “ela nasceu? cadê? ah, que pequena!”

Era rir e chorar ao mesmo tempo, e eu ainda naquele estado de “uau, ela é linda! acabou, nasceu, eu consegui… mas… ela é linda! a cara da Laura quando era bebezinha”

Fomos pra cama, eu quero ficar olhando pra ela o tempo todo, peladinha, sentir aquele corpinho, aquelas coxinhas grossas! Ah, vamos ver quanto pesa essa pessoinha linda e coxudinha… e descobrimos pq eu fazia foooooorça e ela não saía: 3,800 kg de uma lindeza imensa, com olhos azuis tão claros que a gente até se perde!

Eu queria ficar olhando pra ela, mas ela então chorou… de frio!

Vamos cortar o cordão. Dessa vez ele já estava bem molinho. Eu ia fazer bebê lótus, mas desisti. Pelo menos lembrei de guardar a placenta! Está no meu freezer ainda, com uma etiqueta pra ninguém confundir com alguma comida!

Vilma, Carla e Gustavo arrumando e limpando as coisas, preparando um lanchinho, hora de revisar o períneo e tem uma laceração espontânea bem pequena, que não precisou de sutura, somente compressas de calêndula e perninhas fechadas e cicatrizou muito bem e rápido.

Descoberta impressionante: sabe quando dizem que depois do parto normal a mulher tá nova, pronta pra outra? Não vale pra mim!

Novamente eu tive um desmaio, apesar de perder pouco sangue, quase nada, menos até que o esperado. Dessa vez acordei nos braços do meu amado, que ficou esperto e não me deixou cair, sendo assim não me machuquei! 😀 Eu faço parte de uma minoria que  pari e necessita de repouso absoluto, rs! Uma lady, gente!

Em menos de 30 dias estava totalmente recuperada, sem dor, sem desconforto, sem cicatrizes, mas devo agradecer ao meu companheiro maravilhoso por cuidar de mim, da casa, da comida, das meninas e me proporcionar esse repouso de verdade! Pq sei que muitas mulheres não contam com isso e aqui ele não só dividiu como assumiu as tarefas da casa.

Dessa vez também fiz uma PLANO DE PÓS-PARTO, pra facilitar a vida. Combinei com minha ajudante do lar de vir mais vezes em casa, congelamos comida, deixamos alguns lugares que entregam comida na manga, minha mãe pode vir alguns dias, então, apesar do meu lindo e amor da vida viajar novamente qdo nossa caçulinha estava com 3 semanas e só voltar qdo ela fez 2 meses, consegui me virar muito bem com as coisas práticas (mas não com a saudade)!

E como não podia ser diferente, a amamentação foi difícil, dessa vez eu fiquei tão pilhada que não dei atenção à pega dela, então 24 horas foram suficientes pra fazer aquele estrago! Mas nada que Vilma, marido, mãe, irmã, pediatra do bem e Ana K (é, vc tb, rs) e uma bomba elétrica não resolvessem e em menos de 1 semana estava tudo lindo! Mamando muito, até hj, 15 meses depois, sem LA, sem bicos!

Me sinto agradecida e abençoada por conceber, gestar e parir naturalmente duas crianças lindas e saudáveis!

Sim, em abril chegou ao mundo nossa segunda filha!

Ela nasceu em casa, na banheira, após 41 semanas exatas (é, meu forninho é lento mesmo! ela ameaçou vir com 36 semanas mas ficou por isso mesmo!) em 5 horas e meia de trabalho de parto (exatamente metade do tempo do primeiro), mas muito, muito, MUITO mais intenso e dolorido que o anterior (na última hora e meia foi punk! mas o desfecho maravilhoso!) e gordinha com seus 3,800kg e 52 cm (laceração espontânea SEM sutura!). Só pra comparar: Laura veio com 41s5d, 11h de TP, 3,140 kg e 51 cm (laceração espontânea que precisou de sutura). Ah, quem me assistiu foi minha parteira do coração: Vilma Nishi!!!

Pra matar a vontade:

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Choraram? Eu choro toda vez!

E já estou com saudades do barrigão, do parto (sim, do parto!)

E isso porque doeu muito, eu gritei muito, mas foi muito, mas muito transformador, emocionante, maravilhoso e tudo que vocês já sabem!

Bjos!

Quando eu terminar o relato eu posto aqui!

Vi pelo Facebook essa reclamação de VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA  no site Reclame Aqui.

Eu acho inadmissível uma enfermeira, prestando um atendimento de emergência fazer uma gestante esperar mais que o tempo necessário apenas por que ela se recusou a fazer um exame de toque (totalmente desnecessário naquele momento).

Se ela procurou atendimento por suspeita de infecção urinária (que pode causar parto prematuro), o ideal era coletar urina e mandar para análise.

No caso, a gestante sabia dos seus direitos, a mãe dela sabia analisar o resultado do exame e viu quando mentiram pra ela acerca do resultado do exame.

Ah, e mentiram também no prontuário médico, que é um DIREITO DO PACIENTE!

Fiquem espertas e não aceitem um atendimento qualquer. Seja em hospital público ou particular, a obrigação é do prestador oferecer um serviço de qualidade.

Escrevi aqui como fiz a introdução alimentar da Laura, reproduzo abaixo:

“Abaixo um resumo de como eu fiz a introdução de alimentos, após os 6 meses de vida, de uma forma diferente da maioria, segundo a orientação da minha homeopata e pediatra da minha filha:

A introdução de alimentos é o período que se inicia no sexto mês de vida e quando bebê já senta, e vai até o primeiro ano, quando o bebê é gradualmente apresentado aos alimentos. É um período de transição da ingestão exclusiva de leite materno para a ingestão de alimentos e de leite materno. O leite materno permanece na dieta do bebê nos intervalos das refeições e é uma excelente fonte de nutrientes.

As orientações dadas nesse encontro focam a introdução das primeiras refeições com alimentos salgados, para que o bebê não desenvolva uma predileção pelo paladar doce. *apesar de ter começado a introdução pelos salgados, minha filha ama um docinho, mas bate cada pratão de comida de me deixar no chinelo!*

As primeiras refeições são compostas de:
-uma raiz (alimentos que nascem na terra: mandioca, mandioquinha, batata, cenoura, beterraba…)
-uma folha (aproveita-se o caule também)
-um fruto (alimentos que contém sementes: abobrinha, tomate, xuxu, vagem, abóbora…)

Nos primeiros 15 dias: oferecer apenas o almoço.
Nos 15 dias posteriores: lanche da manhã e almoço.
Nos 15 dias posteriores: lanche da manhã, almoço e jantar.

* no caso eu fiquei 40 dias tentando dar o almoço, pois eu tentava dar a comida, mas na primeira colherada ela já cospia tudo e se recusava a abrir a boca. Mas eu tentava todos os dias, colocava ela à mesa conosco e oferecia a comida. Se ela recusasse – o que era comum- eu não insistia, mas deixava ela brincar com a comida, amassar, jogar no chão, até que um dia, ela aceitou!*

Escolher composições coloridas de raiz, folha e fruto.
Exemplos de refeições:
-cenoura, couve e abobrinha
-mandioquinha, espinafre e abóbora

Temperos: no início, apenas sal marinho (uma ou duas pitadas) e azeite (um fio).
O tempero altera o paladar do alimento. Incluir mais tarde, do sexto mês ao primeiro ano, a salsinha, cebolinha, cebola, alho etc.

Cortar na transversal os vegetais compridos.

Oferecer a papinha amassadinha ou passada na peneira. Amassar um legume de cada vez.

* eu nunca passei na peneira, apenas amassava com o garfo*

Cozinhar na panela a vapor, com a vantagem de cada alimento ficar separado.

Introdução dos grãos e cereais: a partir do sétimo mês de vida.
Introdução das carnes: a partir do oitavo mês. (peixe de rio somente após um ano)
Introdução dos ovos: a partir do nono mês, se o bebê já dormir a noite toda.
Dicas e informações preciosas:
– aproveitar a água do cozimento dos legumes para fazer o arroz integral (com exceção do espinafre, cuja água contém toxinas);
– ao invés de cozinhar apenas três legumes de uma vez, cozinhar seis, assim, já se tem a janta;
– colocar as cascas dos vegetais nas plantas;
– “hora de comer é hora de comer”, evite brincadeiras, livros ou televisão nesses momentos;
– “fruta de manhã é ouro, de tarde, prata e à noite mata”;
– a fruta aumenta a febre;
– oferecer de preferência a fruta inteira, não em forma de suco;
– alimentos crus: não oferecer no início, pois o bebê ainda não digere a celulose;
– usar de preferência alimentos orgânicos e lavá-los com água e escovinha;
– utilizar de preferência panelas, panelas a vapor e peneira de inox;
– começar a oferecer água (de preferência no copinho) nos intervalos;
– colocar a comida na pontinha da língua, nunca no fundo da boca;
– esperar a fome da criança, não oferecer o peito antes das refeições;
– após a refeição, esperar pelo menos em torno de trinta minutos para oferecer o peito para – evitar a associação do peito como sobremesa, o que poderia dificultar as refeições.

Bom, esse foi um resumo, se tiver alguma dúvida, deixe um comentário!”

Acho que a bbzerrinha desmamou!

Acho que ela não é mais uma bbzerrinha!

Foi espontâneo e gradual, como eu imaginava, mas antes do previsto!

Depois de tantas dificuldades eu havia me imaginado amamentando até os 3 anos de Laurinha, mas sempre disse que amamentaria enquanto fosse bom para ela, para mim e para nossa família. E assim foi!

Logo após o aniversário de 2 anos eu tive uma fase de muito trabalho e novos desafios profissionais, cursos, palestras e acabou no desmame!

Um dia eu cheguei em casa e ela já estava dormindo.

No outro eu estava tão cansada que pedi ao bbzo que distraísse ela, pra eu poder descansar.

No terceiro dia ela não pediu pra mamar (nessa fase ela só mamava pra dormir e aos finais de semana).

E fomos nessa rotina por vários dias, até que ela ficou 2 semanas sem mamar e, quando pediu, ela me mordeu, machucou, ou ficava com a boquinha no peito, me olhando, mas sem mamar, embora eu ainda tenha leite.

Sem traumas, sem planejamento, sem forçar a barra.

Se ela pedir mamázinho (que é como ela chama), eu dou.

O mais interessante foi que o bbzo viajou, e quando ela acordou e o viu de volta disse brava:

“Papai, você não tem mamá, você não tem leite! Só a mamãe!”

Em tempo, ela tomava mamadeira antes de dormir, e agora não quer mais mamadeira!

Leite agora, só orgânico, cru e no copo!

 

ALARME FALSO!!!!!!

Gente, ela não desmamou ainda, ainda pede pra mamar, não todo dia, mas bem de vez em quando, e eu to deixando…

Relato de um PAI

Após muita insistência de minha esposa, resolvi escrever meu relato sobre o nascimento de Laura, não sou bom “escrivinhador” como ela; mas vou tentar, prometo me empenhar bbza.

Há 1 ano e 11 meses, exatamente, nascia Laura Packer, pequena muito amada e querida, princesa do pai, mas meu relato começa mesmo com a notícia da gravidez… me lembro exatamente o momento, estavamos no carro, próximo a Av Cruzeiro do Sul, Zona Norte…quando de repente: “estou grávida…” nossa, sem comentários, nem sei o que senti, alegria e medo, muita alegria e muito medo… não tinhamos planejado para 2007, mas quem conhece os desígnos de Deus? E fomos abençoados… Como pai de primeira viagem fiquei muito nervoso e preocupado, não estavamos preparados, porém estava bastante feliz e ansioso.

A GRAVIDEZ:

A gravidez de uma mulher é uma coisa estranha para um homem, pois sabemos que seremos pais, porém não conseguimos sentir da mesma forma que a mulher, é realmente estranho, não sofremos as mesmas transformações físicas e mentais que uma mulher passa, não passamos pelas alterações de humor e bagunça hormonal…
Para nós é mais ou menos assim: Em um momento estamos rindo com nossas amadas e no momento seguinte ela esta chorando copiosamente, e antes que possamos pensar no que aconteceu ou se fizemos algo de errado, vem uma patada e uma bronca e ainda sem conseguir assimilar a bronca, ela se põe a rir novamente com o rosto ainda molhado pelas lágrimas… MEU DEUS…que montanha russa de emoções…

Conselho para os futuros pais: mantenha-se em silêncio, responda apenas o que lhe for perguntado, concorde com absolutamente tudo que ela disser por mais absurdo que possa parecer e tenha atenção para perceber as mudanças de humor, pois não haverá perdão se você estiver rindo no momento errado. Apesar disso é uma fase muito legal, e você acompanha a transformação que ocorre com sua mulher dia a dia, e não estou falando apenas da barriga que não para de crescer, mas principalmente da parte psicológica do negócio, elas se tornam mais fortes, mais interessantes, mais bonitas, é a preparação para maternidade, que é muito mais concreta para elas do que para os homens… eu mesmo, só me senti pai na primeira noite em que a Laura chorou sem parar a noite toda, hehehhehe… aí, e somente neste momento eu me senti pai e foi uma sensação muito boa, apesar da noite mal dormida.

Os três primeiros meses de gravidez foram mais complicados, muito enjoo, com as coisas mais absurdas… como é possível uma pessoa enjoar ao ver relógios? se fosse quadrado então… depois melhorou um pouco… e apesar de não ser mais o foco principal na vida de nossas esposas, afinal de contas elas estão gravidas, vale MUITO a pena compartilhar este momento com elas… mea culpa: hoje percebo que não aproveitei completamente a gravidez de minha mulher, por insegurança, falta de maturidade e outros sentimentos conflitantes, queira Deus nos abençoar com uma nova gravidez.
Não entendam mal… não que eu não tenha curtido, porém com a cabeça que eu tenho hoje aproveitaria muito mais.

A BUSCA PELO PARTO IDEAL:

Na minha cabeça bebês nasciam em hospitais, todo mundo que eu conheço nasceu no hospital, então quando minha esposa veio com a idéia de ter o bebe em casa, confesso que fiquei meio relutante, para não dizer completamente contrariado, porém após algumas discussões e idas ao GAMA e ter lido alguns livros de forma coercitiva,hahaha; e principalmente após conhecer a Vilma (nossa parteira e hoje amiga muito querida) me convenci de que o parto deveria ser exatamente do jeito que minha mulher gostaria que fosse.

Porém foi longo e tortuoso o caminho até encontrarmos a Vilma, fomos em vários médicos e após muitas discussões desgostos, cesárias marcadas e partos frank, achamos a Vilma e as coisas melhoraram, quer dizer… passamos para fase da preparação do ninho… “esse apartamento é muito pequeno para nossa nenem”, disse ela… de fato era muito pequeno… “temos que trocar o carro, pois este não tem quatro portas, vai ser mais complicado…” de fato é verdade… colocar a Laura em um carro quatro portas já é uma LUTA, imagino em um de duas portas, e assim fomos nos preparando, mudança de casa… mudança de carro… tenho trauma de mudança até hoje hehehehe, mas não teria feito nada diferente, esse período foi muito legal.

Bom…casa nova, carro novo, quarto decorado, todo enfeitado com flores e borboletas estavamos prontos para Laura…ou pelo menos achavamos que sim…rsrsrs.

O PARTO:

Dia primeiro de agosto….uma e meia da manhã…minha bbza diz: “to com dor, vou pro chuveiro”, então fiquei na cama monitorando… ela ia e voltava, e ficava no chuveiro, por volta das cinco horas resolvemos ligar para Vilma… “vem pra cá que a Laura vai nascer”.

Após ligarmos para as avós e tia, começei a árdua missão de encher a piscina de plástico com água quente do chuveiro… meu amigo… nossa, como cabe balde d’agua neste tipo de piscina… e após incontáveis idas e vindas do banheiro para o quarto, do quarto para o banheiro a piscina estava com um bom volume de água, então veio a compensação… os momentos que passei nesta piscina com minha esposa prestes a dar a luz a nossa filha estão gravados em minha alma e meu coração de forma profunda…
Obrigado Deus por ter proporcionado este momento em minha vida, obrigado Bbza, sem seu empenho e seu esforço eu não teria essa lembrança eterna e inesquecível…naquele momento senti o que é ser homem, senti o que é família, sem comentários.

O tempo foi passando, aguinha quente, musiquinha havaiana…e nada da Laura chegar, procurei me manter calado, apenas curtindo o momento…
outra dica aos futuros pais… fique quieto… não fale nada… evite palpites, deixa que a mulherada se virar, apenas esteja presente e curta o momento… vai por mim.
Bom, voltando ao parto… a Vilma falou pra Cat sair da água e caminhar um pouco, pelo que entendi a Laura ainda não estava na posição certa… uma coisa que eu gostei foi de ouvir o coraçãozinho da Laura batendo enquanto nascia, também nunca vou me esquecer daquele som…som de vida, vida da minha filha.

Então a Bbza saiu da água e foi pro chuveiro… confesso que após tanto esforço para encher a piscina eu queria muito que ela nascesse lá, porém não foi o que aconteceu.
A Cat voltou para o quarto, e apoioda em meus braços sentamos juntos no chão… ela se encostou em meu peito e então começou a parte final do nascimento da Laura… se você pensa que já viu uma pessoa gritar experimente estar ao lado de uma mulher dando a luz no momento do tal “circulo de fogo”…
é impressionante… e você como pai se sente meio impotente neste momento, pois quer ajudar e não tem nada que vc possa fazer a não ser estar presente.

No quarto havia cinco mulheres todas falando e falando, quando fui dar algumas palavras de incentivo a minha mulher ela disse, entre gritos e som guturais: Cala boca…não é vc que esta sendo rasgado ao meio… hahahahaha, ninguém tinha me dado o conselho que eu repassei, mas ela estava certa, é um momento feminino, nós temos que agradecer é a oportunidade de estar presentes e vivenciar o momento com elas…

Em determinado momento a Vilma falou: “Nossa, que cabeluda”, eu olhei para ver se a Laura já estava despontando, porém ela estava sentindo a cabeça da Laura ainda internamente.
Após algum tempo minha mãe resolveu sair do quarto, permanecemos eu e minha Bbza, minha sogra e minha cunhada, além é claro da Vilma.
Foi um momento muito emocionante e tenso também, é difícil ver uma pessoa que vc ama passando por toda aquela dor, porém a dor faz parte. Minha Bbza é muito apegada a sua mãe, e em dado momento tomada pela dor ela disse: “Mããeeeeeeeee tira ela de mim, tira ela de mim”, então minha sogra a acalmou e fez uma oração que encheu o quarto de fé e esperança e então após muitos gritos, muitos …faz força agora…segura agora…agora deixa….agora não faz força…Laura nasceu…

Meu Deus, cordão estava enrrolado no pescoço, mas o susto durou um segundo, rapidamente a Vilma o soltou e a Laura nascia para o mundo. Não consegui segurar as lágrimas, lá estava ela… tão linda… carinha de joelho, vermelha como um pimentão… cabeluda que só ela…perfeita. MINHA FILHA!!!!!!!

Que emoção, que momento inesquecível, que alegria… não existem palavras para expressar o momento, simplismente não existem, nem os poetas mais inspirados poderiam transformar em palavras os sentimentos que me arrebatavam, lá estava eu, sentado no chão do quarto, com minha esposa, minha companheira, minha alma gêmea, minha tudo!

Apoiada em mim com nossa filha recém nascida nos braços, o cordão ainda pulsando, só quem viveu um momento destes pode falar, duvido que qualquer outro momento de minha vida supere aquele.

Quando o cordão parou de pulsar, a Vilma me ajudou a cortá-lo, outro momento muito emocionante, tem um significado muito grande… é como se a partir daquele momento, apesar de não contar mais com a segurança do ventre materno, de estar sendo posta neste mundo em que vivemos hoje, ela estava deixando este lugar aconchegante e seguro e indo para um lugar muito mais perigoso, não sei explicar direito…
no momento em que se corta o cordão e “perde-se” este local seguro, senti que apartir daquele momento ela era minha, nossa, e apesar de não ter a segurança de um ventre materno, a partir daquele momento senti que não deixaria nada de ruim acontecer com ela, de que nunca a deixaria desamparada e que a acompanharia e orientaria pela minha vida inteira, tudo isso sentido no segundo que levou para cortar o cordão…que por sinal é rígido, coisa que eu estranhei, pois pensei que fosse mole.

Agora eu era pai…agora eramos uma família.

AGRADECIMENTOS:
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por tudo de bom que me proporcionou e continua proporcionando.
Minha mãe, pelo apoio, por ser a pessoa maravilhosa que é e o exemplo de ser humano.
A minha sogra, mulher maravilhosa, e que me trata como a um filho.
A minha cunhada por estar presente no momento mais feliz da minha vida e pelo apoio e amizade que oferece a minha Bbza.
A Vilma, por proporcionar tudo que foi relatado acima, por ajudar a concretizar mais que uma vontade…um sonho.
AGRADECIMENTO ESPECIAL A MINHA ESPOSA, mulher maravilhosa, obrigado por tudo o que vc proporcionou na minha vida, obrigado por estar presente, sempre ao meu lado, independente do meu humor, obrigado pelo companheirismo e por dividir sua vida comigo. Com vc conheci o que é o amor, conheci o que é família, obrigado por todas as coisas importantes que você me ensinou. Obrigado por ser meu porto seguro, por ser a pedra fundamental de nossa família, obrigado por nossa filha, pelos momentos bom e pelos ruins também, pois só por estar ao seu lado eles se tornam menos ruins e até toleráveis… nunca vou ter como te agradecer por toda transformação que você fez na minha vida. TE AMO, HOJE E SEMPRE.

BBZO

Fizemos o desmame noturno (apenas o da madrugada, ela mama de dia, quando estou em casa, em livre demanda) em abril, e desde então ela dorme a noite inteira!

Ah, e o detalhe é que fizemos o desmame da madrugada mesmo com ela dormindo na nossa cama!

No começo ela chorou, mas não estava mais conseguindo suportar ela acordar a cada 1 hora pra mamar, então, com muito apoio do papai e das avós, concluímos o desmame, e acho que foi a melhor coisa, pq agora ela mama no peito e dorme sempre no mesmo horário, se acorda pede apenas água, nós damos, ela volta a dormir e acorda bem disposta no outro dia!

Bom, estou desabilitando os comentários anônimos pq é um artifício de quem não tem argumentos, de quem não vai acrescentar nada de bom, não vai agregar valor ou conhecimento… alguns comentários eu até desconfio quem faça, mas se quiser conversar, saber mais, é só deixar um e-mail, ou seu nome e perfil pra eu saber com quem estou lidando!

Meu relato de amamentação quase exclusiva até os 6 meses

(E exclusiva por 6 meses, isto é, até 7m13d)




Antes de começar, gostaria de deixar bem claro que o parto natural, a amamentação e a alimentação natural são MUITO, mas MUITO importantes para mim



Minha filha nasceu num parto domiciliar totalmente natural.

Não tomei nada pra dor, mesmo tendo uma laceração de períneo e inflamação dos pontos, nem lembrei de tomar analgésicos. Tomei apenas homeopatia e medicamentos antroposóficos.

Minha filha não foi vacinada, não tomou vitamina K, não recebeu colírio, não tomou banho nas primeiras 24 horas de vida, tudo muito natural; meu sonho estava se realizando de uma forma linda!

Assim que saiu de dentro de mim veio pro meu peito e, ainda ligada à placenta que estava no meu útero, sugou com muita força, meia hora cada seio e só parou pra cortar o cordão e pra eu descansar um pouco.

Eu senti muita dor, desde o primeiro instante da amamentação, mas a parteira e minha mãe disseram que era normal, o corpo ainda não estava acostumado, mas logo ia normalizar.

Mas a dor não diminuiu e estava insuportável, e olha que eu suporto bem a dor, mas não estava aguentando!

Era dolorido demais não conseguir alimentar minha filhinha…

Quando ela chorava de fome eu chorava de tristeza, de medo, de dor física e espiritual, pois sabia que eu ia enfrentar mais uma sessão de dor até quase desmaiar…

Até uma madrugada quando eu não suportei mais a dor e ela não parava de chorar de fome.

Era o 4. dia de vida da minha filha, o meu marido foi à farmácia às 2 da manhã, comprou uma mamadeira qualquer, 1 lata de um leite artificial qualquer, e ela encheu a barriga e dormiu sossegada por umas 2 horas.

No dia seguinte eu liguei aos prantos numa locadora de bombas para extração de leite, mal conseguia falar com a atendente de tanto que eu chorava de tristeza, frustração, vergonha e medo de não voltar a amamentá-la (a moça até tentou me consolar, falou que era muito comum no começo e que a bomba ia ajudar…), logo em seguida chegou o motoboy com a bomba e eu tirava leite praticamente de hora em hora, mas era só ela encostar no peito que eu urrava de dor!

Mesmo com a bomba meu peito doía.

Eu tirava o leite com a bomba e meu marido dava na mamadeira, às vezes a parteira vinha e dava no copinho, mas ela chorava quando um de nós dois tentávamos o copinho…

E a minha produção de leite diminuiu muito nos 15 dias em que eu não conseguia amamentá-la diretamente no meu seio, mesmo tomando 3 litros de água, mais 2 litros de chá de camomila e chá da mamãe!

Então ela tomava meu leite e depois o leite artificial.

Eu me sentia incapaz, profundamente triste, chorava dia e noite, estava beirando a depressão, até a pediatra que é ativista da amamentação chegou a cogitar que eu desistisse, pois o sofrimento que eu sentia estava me consumindo e me entristecendo demais!

Mas eu não aceitei e disse que eu ia tentar e que conseguiria!

A parteira veio à minha casa durante os 15 dias que duraram essa situação, até que, depois de muito lansinoh, homeopatia, sol, conchas, pomada de própolis, de calêndula, ficar sem dar o peito diretamente por essas duas semanas e muita oração ela voltou a mamar!

A pediatra e a parteira chegaram à conclusão que a dor que eu sentia era um misto de hipersensibilidade da pele e stress do pós-parto. Com muita oração e medicação homeopática a dor foi diminuindo e eu não embarquei numa depressão pós-parto (ou embarquei?).

Consegui deixar o complemento completamente quando ela estava com 41 dias, mas essa foi outra dificuldade…

Por que não devemos dar mamadeira para recém-nascidos…

(devo dizer que sou completamente contra mamadeira e chupeta, principalmente para recém-nascidos, mas isso é MINHA opinião!)

Ela estava acostumada com a facilidade da mamadeira (desde recém-nascida fazia escândalo com o copinho), então mamava uns 10 minutos no peito e, quando ficava difícil, quando tinha que sugar com mais força pro leite sair ela não queria mais, chorava até o pai dela dar a mamadeira (por que eu não conseguia, chorava só de olhar a mamadeira!), mas eu ainda não aceitava essa situação, não era o que eu havia sonhado, planejado pra nós duas!

Então, numa dessas sessões de choro pra dar a mamadeira eu comecei a chorar também e o marido pegou ela do meu colo e colocou no carrinho e ela chorou por 3 minutos (que pareceram 3 horas!), depois colocou ela no meu peito de novo, e a choradeira se repetiu algumas vezes, sempre que negávamos a mamadeira…

Ela parou de chorar pela mamadeira mas chegou a ficar 3 horas mamando, eu passando ela de um peito para o outro, até se sentir saciada…

E desde então ela não chorou mais pela mamadeira e ficava só no peito!

Devo dizer que ela mamava muito, foi até 3 meses e meio com intervalos de aproximadamente 1 hora entre as mamadas, dia e noite!

Eu ficava esgotada, mas realizada!

Eu era um par de peitos exaustos mas transbordando alegria e leite!

Introdução de Alimentos

Iniciamos a introdução de alimentos no 6. mês, mas ela só foi comer (antes disso era provar uma colher e cospir a comida e chorar) com 7m13d; coincidentemente ela compensou os 40 dias de complemento recusando a comida, e praticamente mamando só no peito, em livre demanda por 7 meses e meio!

Fiz estoque de leite pra minha volta ao trabalho, mas durou somente uns 20 dias.

Voltei ao trabalho quando ela estava com 8 meses, mas ela ficou mais 2 meses em casa com meu marido, minha sogra e minha mãe revezando em casa.

Saio de casa às 7 da manhã, deixo ela no Jardim, o pai ou a avó pegam ela às 15h e eu volto pra casa às 18h, aí é só peito, até ela dormir e no meio da noite também.

Ela começou a comer a mesma comida que nós aos 9, quase 10 meses.

Fazemos cama compartilhada porque, após 5 meses acordando de hora em hora, decidimos que o melhor era manter a pequena conosco.

E foi a melhor coisa! O sono dela e o nosso melhorou muito!

Além de ser delicioso acordar na madrugada e ver aquelas bochechas!

Depois de 1 ano…

Atualmente ela mama na mamadeira no Jardim com o meu leite ou um leite artificial.

Interessante também é que mesmo estando fora o dia todo meu peito ainda vaza!

Tem dias que não dá tempo de ordenhar, em outros ordenho duas vezes, acontece de não sair nem 30 ml e em outros dias de tirar 150ml… e eu não me preocupo pois sei que quando ela mama tem leite de jorrar!

Não dou doces, nem alimentos ou bebidas adoçadas, nem alimentos industrializados (tipo danoninho), mas no aniversário dela deixei que ela comesse brigadeiro e ela se lambuzou! Percebi que ela adorou! Mas logo depois ela veio toda manhosa e disse “mamãe, mamá, mamá, mamá!” já puxando minha blusa… Eu amamentei e ela dormiu por uma hora, aí acordou toda feliz e voltou a brincar!

Graças ao apoio de profissionais comprometidos com a amamentação e de pessoas do grupo Matrice, leitura de diversos relatos eu amamentei muito e continuarei amamentando por quanto tempo minha filha quiser e eu também!

Muito se perdeu da sabedoria e intuição feminina e os grupos de apoio são o que resta do conhecimento popular. Este grupo (matrice, materna) veio pra contrariar o que dizem a maioria dos médicos e mães, tias, vizinhas que existem por aí só pra nos tirar a segurança e nos encher de idéias negativas.

A cada relato que leio, a cada conversa com outras maternas (sim, maternas, pois com mulheres fora desse círculo esse assunto não existe), relembro o parto da minha bbzerrinha…
Não apenas “relembro”, mas lembro de momentos que ainda não tinha sequer noção de que aconteceram comigo.
Um desses momentos foi a apresentação da placenta pra mim. Eu estava tão emocionada, trêmula, chorando, num misto de dor e êxtase, tantas sensações e sentimentos que há poucos dias lembrei disso e, conversando com a Gi (gente, não sei o nome dela, apenas conversamos no chá de trocas no galpão da Ana Thomaz) ela falou sobre “medicina da placenta” e eu me dei conta que tive tão pouco contato com a minha placenta. Fiquei espantada com o cordão umbilical, que é rígido, meio azulado, difícil de cortar, e ainda mais com a placenta, que foi o que sustentou minha pequena durante sua vida intrauterina, e eu não a explorei o tanto que gostaria, não tive onde plantá-la, apenas a vi por alguns instantes e, no meio de tanta euforia, a descartei.
Depois passei por uma fase terrível de “baby blues” e nem pensei mais nisso.
Hoje, recuperada, vivendo meus momentos de mãe em período integral, paro pra pensar no que poderia ter sido. Não vou viver do passado, mas já faço planos para uma próxima gravidez, um próximo bebê (que será menina de novo, desejo do papai, que ama ter uma menininha!) de dar mais atenção a este órgão comum entre mãe e bebê, talvez manter meu próximo bebê conectado à placenta por mais tempo, fazer a medicação e garantir, assim, mais união por toda a vida!

O COMEÇO

Sempre quis ter filhos, e sempre quis ter uma menina! Estávamos planejando pra 2010… mas os planos de Deus eram diferentes dos nossos: em 15 de dezembro de 2007 eu descobri que estava grávida! Foi um susto, demorou pra ficha cair… Mas já que a gravidez estava confirmada começou minha busca por um médico que fizesse parto “normal”.

PARTO… HOSPITALAR X NORMAL X NATURAL HUMANIZADO X DOMICILIAR…

Eu achava que todo parto normal era humanizado, não sabia das intervenções sofridas no hospital, mas pesquisando na internet descobri a realidade do parto hospitalar padrão, mas também descobri relatos de parto natural, e era isso o que eu queria pra mim! Não queria ser submetida a uma série de procedimentos simplesmente porque “é assim que fazemos; esta é nossa rotina” sem ter considerada minha individualidade justamente num momento tão íntimo e importante da minha vida! Outra coisa que me deixava preocupada é que eu tenho medo de hospital, soro, cirurgia e todas as minhas amigas (de idades próximas) tiveram cesárea; era como se a minha geração tivesse nascido com defeito. Era impressionante! Pra todas havia uma desculpa esfarrapada pra cirurgia… enfim, eu não queria passar por isso.

Na verdade decidi pelo parto domiciliar, e pareceu muito natural pra mim, não tive dúvidas, era o melhor a ser feito! Minha mãe teve minha irmã mais velha num parto domiciliar desassistido, como ela cresceu em fazenda já tinha visto diversos partos (de animais e de gente) então sabia como era, tudo bem que pra um primeiro filho foi assustador, mas tudo deu certo!

Minha irmã do meio nasceu de parto normal hospitalar e eu de cesárea (por escolha do médico que inventou uma desculpa na hora). Ela sempre falou que o natural foi melhor e que a dor era perfeitamente suportável…

Depois de passar por 6 médicos (todos com a mesma história de que o parto normal dependeria do tamanho do bebê, se eu não engordasse muito, se tivesse dilatação, se o cordão não estivesse enrolado, enfim, seria cesárea!) cheguei no Dr AJ, mas ele estaria de férias na data prevista para o parto (DPP), e sabendo que eu queria um parto natural me indicou a Vilma Nishi (enfermeira obstetriz, mas que prefere ser chamada de parteira, que é o que ela é de verdade), de quem eu já tinha lido nos relatos de parto. Pela internet eu também descobri o GAMA, o Espaço Vida e Nascer Natural (que agora é o Núcleo Nove Luas), a lista materna_sp e todas as pessoas maravilhosas que me ajudaram no meu parto domiciliar.

O Bbzo (namorido), no início, não gostou muito dessa idéia de parto em casa, mas eu o “obriguei” a ler alguns livros, e ficava falando o tempo todo das discussões da lista, dos mitos relacionados a parto, aí nós fomos ao GAMA, e ele ficou todo empolgado porque nossa pequena ia nascer em casa! Eram tantas descobertas…

Todos nossos amigos falavam que eu era louca, que não se fazia mais isso, pra quê eu ia querer sentir dor… mas a escolha era minha, e eu sempre acreditei que ia dar certo, não cogitei uma segunda opção. Agora era só esperar…

ESTAVA DECIDIDO: ELA VAI NASCER EM CASA!

Fomos procurar a Vilma. Nossa primeira conversa foi muito gostosa. Eu tinha certeza do que eu queria. E ela era perfeita! Não havia aquele monte de exames. Partíamos do princípio de que eu e minha bebê estávamos bem. Havia embasamento em evidências científicas para tudo isso.

Decidi fazer o pré-natal com ela, embora eu falasse para os “incrédulos” que fazia com médico também… Nos encontrávamos uma vez por mês, ouvíamos o coração do bebê, batíamos papo, fazíamos exercícios de alongamento e massagens também, inclusive no Bbzo, afinal a gravidez era dele também.

A GRAVIDEZ

A data prevista para o parto pela data da última menstruação era uma e pela ultrassonografia era outra com 4 dias de diferença (no fim ela nasceu 12 dias depois do previsto pela DUM).

A gravidez foi tranqüila, nunca me senti tão bem como quando estava grávida… me sentia linda, plena, radiante (mesmo com 14 kg a mais – até a 39ª semana, depois não tive mais coragem de ver!) e todo mundo me dava atenção, principalmente no trabalho. Trabalhei até a DPP, esperando que nascesse naquela mesma semana, mas nada acontecia…

Uma semana após a tal da DPP mal consegui dormir de tanto calor. Eu suava demais, mas estava frio, tanto que o Bbzo dormiu de agasalho e edredom e eu dormi pelada! A Vilma disse que era o corpo se preparando pro trabalho de parto, eba! Nove dias após a DPP a Vilma veio até nossa casa e fez um toque, disse que o colo do útero estava mole mas ainda posterior e que havia 1 cm de dilatação, bebê cefálico (de cabeça pra baixo, melhor posição pra parto vaginal) e encaixado, típico de final de gravidez.
Podria nascer naquele dia ou demorar mais uma semana…

Como eu estava cansada de deixar de fazer as coisas por causa da proximidade do parto decidi que no dia seguinte ia à reunião da Matrice (grupo de apoio à amamentação) que seria inauguração da semana mundial de amamentação e que no sábado ia ao parque da água branca na feira de orgânicos. No mesmo dia fomos assistir Hancok no cinema. Comi muito chocolate, à noite fiquei sentada na bola de exercícios rebolando pra diminuir a dor nas costas e então comecei a sentir umas contrações de Braxton-Hicks mais fortes e ainda brinquei com o Bbzo que ela estava nos enganando… mas dessa vez ela não estava!

O INÍCIO DO TRABALHO DE PARTO

Acordei à 01:20h da manhã com cólicas e não conseguia dormir, aí lembrei que a Vilma disse que se eu não conseguisse dormir é porque era trabalho de parto mesmo, e comecei a marcar os intervalos, mas não estavam regulares e eu também não estava dando muita atenção pra isso, só pensava que minha hora chegou! Fiquei na cama tentando descansar.
Às 02:30 liguei pra Vilma e ela disse pra tomar um banho quente e, se passasse era porque não era, mas não passou e eu também não conseguia dormir, mas as dores eram como cólicas menstruais mesmo, só que com intervalos e suportáveis.
A essa altura o Bbzo percebeu minha inquietação e também não dormiu mais, mas ficamos deitados tentando dormir, afinal podia demorar.
Às 04:30h liguei pra minha mãe que mora longe e disse pra ela se arrumar que agora era pra valer e às 05:30 liguei pra Vilma de novo e falei pra ela vir por que dessa vez era de verdade, enquanto isso fiquei no chuveiro tentando relaxar…
Durante a madrugada tive dor de barriga e fui no banheiro umas 4 vezes, achei ótimo porque tinha medo de fazer cocô no expulsivo…

Lá pelas 07:00h saí do chuveiro e fui sentar na bola porque estava cansada de ficar de pé, foi só sentar que o tampão saiu inteiro! E a Vilma chegou! Fez um toque e estava com 7 cm já! Eu fiquei aliviada pois estava com medo de não ter quase nada de dilatação…

Colocamos uma musiquinha havaiana que eu ouvi muito na gravidez (presente do Gu! CD do Israel Kamakawiwo’ole – ouça aqui), a piscina já estava no quarto e o Bbzo começou a encher de água com o balde, a Vilma começou a fazer massagens, e logo depois minha mãe chegou, em seguida minha sogra também chegou.

As massagens espaçaram as contrações, que ficaram mais intensas, porém ainda suportáveis e, quando vinham eu tentava não me contrair, relaxava o corpo e me concentrava mentalizando que aquela dor era boa, que eu tinha que me abrir pra minha bebê passar, que era meu corpo fazendo o trabalho dele.
E funcionou porque o trabalho de parto foi muito tranqüilo e rápido! Eu curti cada minuto!
Estranho que, apesar de toda a dor, eu esperava algo muito pior, e não tinha acontecido até então…

Quando já estava acho que com uns 8 cm fui pra piscina, já tinha perdido a noção do tempo, depois o Bbzo entrou comigo na água. E a minha irmã do meio chegou (teve platéia!).
Não lembro bem que hora eu falei que queria ir ao banheiro, e a Vilma perguntou se era xixi e eu falei que não, e ela disse pra eu ir, mas que ela achava que era a nenê querendo nascer. Fui no banheiro e nada!

Voltei pra piscina e falei pra Vilma que estava com vontade de fazer cocô e ela falando que quando tivesse essa vontade era pra eu fazer força que não era cocô, era a Laura bem perto de nascer, mas nada!

E como doía fazer aquela força! Doía na barriga, era uma dor diferente…  Piorava a dor fazer força!
E eu estava com tanto sono que dormia apoiada no Bbzo entre as contrações e quando elas vinham e dava aquela vontade (que eu achava que era de fazer cocô, mas eram os puxos) eu avisava a Vilma que ficava a postos.
Aí eu fiquei com medo…
A Vilma fez um toque e já tinha  dilatação total, mas acho que faltava a Laura girar um pouco, então fiz o que ela mandou: saí da piscina e fui andar, mas já estava difícil, então fui pro chuveiro e quase que ela nasce lá mesmo! Pude sentir a bolsa quando fazia força e ela descia, uma sensação muito boa, mas ao mesmo tempo assustadora!
Nesse momento eu me dei conta de que um bebê ia nascer, de que minha vida ia mudar, de que eu ia deixar de ser filha para ser mãe… Só nesse momento, quando senti ela descendo e girando é que a ficha caiu de verdade… aí deu medo…

AGORA VAI!

Voltamos pro quarto e tentamos achar uma posição mais confortável, aí fiquei meio deitada no chão com o Bbzo me apoiando atrás (sentado no chão atrás de mim).
Desde a transição (da dilatação total para o expulsivo) eu já não estava mais rindo, estava na “partolândia”, e não queria que ninguém falasse mais nada, queria silêncio absoluto, até o som foi desligado.
Quanto mais perto de ela nascer fui ficando com mais medo e isso atrapalhou minha concentração, me impediu de aproveitar melhor o momento, aí minha mãe fez uma oração em voz alta e me disse que dependia só de mim, eu tinha que fazer minha filha nascer…
Lembro da minha irmã orando e me olhando com uma cara de dó!
Aí eu clamei a Deus pra me ajudar porque eu estava cansada e com medo e queria dormir!
Não queria “morrer na praia” depois de toda essa jornada!
Juntei forças e comecei a empurrar, até que a bolsa estourou e espirrou tudo na Vilma!

Fiz mais força e senti o cabelo dela, mas ela descia e subia…
Em determinado momento pedi pra Vilma me ajudar, e ela falou “só se eu puxar pelos cabelos dela!”.
Eu comecei a gritar durante a “força”, não era bem um grito, era um som gutural, aí senti o círculo de fogo, noooooosssssssa! (lembrei dos relatos que tinha lido, do círculo de fogo, não tem nome que defina melhor aquela sensação, e do grito meio “animal”).

Nessa parte minha sogra saiu do quarto, ela ficou com dó de mim e preferiu sair!

Quando a cabeça estava saindo a Vilma falou pra eu parar de fazer força e eu “não dáááááááá!!!!!” e minha mãe do meu lado falando pra eu respirar e não fazer força… a Vilma até “segurou” a cabeça dela pra não sair de uma vez e pro períneo alongar um pouco mais e não romper.
Na realidade não sei se consegui não fazer força… de repente vi a Laura saindo com o cordão enrolado no pescoço (que a Vilma logo retirou) e ela veio pro meu colo!
Com 51 cm e 3,130 kg!
Aí eu e o Gustavo começamos a rir e a chorar!
Todo mundo começou a rir e a chorar!
A Laura nasceu em casa! No chão do nosso quarto… Era tanta gente amando ela naquele mesmo momento e lugar que era impossível não se emocionar!

E ela ficava esticando as perninhas como se quisesse ficar em pé, exatamente como fazia na barriga, que formava um “caroço” do lado direito da minha barriga!
E os olhinhos azuis bem abertos olhando tudo, cabeluda e a boquinha bem vermelhinha! De repente o maior berreiro, chorou bem forte e parou pra mamar… ficou quase uma hora mamando!
O Gustavo cortou o cordão depois que ele parou de pulsar… logo depois, senti uma dor e a placenta saiu, que alívio!

Fiquei na cama enquanto todo mundo fazia a limpeza pós-parto…
A Vilma veio dar os pontos porque, mesmo usando a pomada de cobre eu tive laceração de pele e mucosa (mas muito menos que uma episiotomia, nem se compara!); não percebi que a força que fiz foi muito grande e a Laura saiu muito rápido, depois minha irmã falou que a Vilma falava e eu não entendia direito!
Depois recebi a visita do meu sogro, fizemos um lanchinho, aí dormi bastante… de noite vieram muitos amigos conhecer a Laurinha! E saber como foi o tal “parto em casa”!
Só digo a vocês: VALEU A PENA!

No dia eu falei que não passaria por isso de novo. Hoje eu digo que passaria por tudo! Se tivermos outro filho, talvez daqui alguns anos, será em casa de novo!

Reflexões:
Minha irmã não quer ficar grávida, tem pavor de barriga de grávida, quando a minha ficou grande ela pedia pra não ver, mas o parto ela fotografou sem frescura, e clicou exatamente a hora do nascimento (inclusive a circular de cordão no pescoço); depois ela comentou com a Vilma que foi maravilhoso, impressionante, “gente nascendo de gente” (palavras dela), mudou a vida dela.

Ela também disse que no final do trabalho de parto eu estava com uma cara de cansada, abatida, mas assim que a Laura nasceu meu semblante se iluminou, mudou completamente.

Não consegui comer durante o TP, só beber, então me senti muito fraca.
No final da tarde eu fui bela e formosa ao banheiro e quando voltei desmaiei! Só lembro que acordei no chão, esfolei o braço e bati a cabeça… mas o pior foi o períneo… caí em cima dos pontos e dois dias depois tiveram que ser refeitos… e a anestesia não funcionou direito por causa da inflamação, então chorei mais por causa dos pontos do que pra dar à luz!

Ah, no final do expulsivo eu falava pra Vilma “Tira ela logo daqui! Eu não agüento mais! Ela vai rasgar tudo, não vai passar!”… tolinha! Como diz a Vilma: “neném entra, neném sai!”

Agradecimentos:
Agradeço a Deus pela graça que recebi, pela obra em minha vida, pelo parto, por tudo! Pela dádiva de conceber, gerar e parir naturalmente!
Ao Bbzo por ser minha vida! Por ter apoiado meu ideal e ter participado ativamente do parto, pelo cuidado que tem comigo e com a nossa filhinha, pela força e segurança que transmite!
À minha mãe, meu exemplo de mulher forte e digna, que também apoiou minha decisão e esteve ao meu lado me orientando, encorajando e orando por nós!
À minha irmã do meio que fotografou o parto e orou tanto para que corresse bem!
À minha sogra por cuidar de mim como filha.
À Vilma por ter sido tão atenciosa e maravilhosa conosco.
A todas as mulheres da minha família (parideiras) e às maternas (parideiras também!) que me fizeram acreditar em mim e no meu corpo e me ajudaram a decidir pelo parto domiciliar, por tudo que aprendi na lista, muito obrigada!

E à minha princesa, por mudar a nossa vida!


    • Naiara Scarabelli: Seu Blog é lindo... Maravilhoso o jeitinho que você fala dos seus Bbzerrinhos*.... Estou gravida de 27 Semanas, é um rapazinho e quero ganhar parto
    • keylla: Ola. Seu relato me inspirou. Estou com um bebe de 2 meses e estou tentando deixar o complemento, mas ele pede o peito de hora em hora e chega a ficar
    • bbza: Então Cibely, a Laura começou a comer grãos com 10 meses. Arroz e feijão ou lentilha. Ela não curtia muito papinha, então um dia resolvemos tent